
Virada de chave em Nova Jersey: Real resiste ao sufoco e segue vivo
Foi daqueles jogos que parecem resolvidos e, de repente, viram um teste de nervos. No MetLife Stadium, em Nova Jersey, o Real Madrid venceu o Borussia Dortmund por 3 a 2 e carimbou a vaga na semifinal do Mundial de Clubes da FIFA 2025. A classificação veio com autoridade no início, susto no fim e uma pitada de drama que prendeu o público até o último apito.
O time espanhol começou a todo vapor e tomou conta dos primeiros 20 minutos. A pressão alta funcionou, a bola girou com rapidez pelos lados e as chances apareceram cedo. Gonzalo abriu o placar, aproveitando a superioridade territorial dos merengues. Logo depois, foi a vez de Fran García ampliar, como elemento surpresa entrando na área pelo corredor esquerdo. Em dois lances bem construídos, o Real fez 2 a 0 e parecia com o jogo no bolso.
Depois do segundo gol, a equipe diminuiu o ritmo, mas sem perder o controle. A posse seguiu com os espanhóis, que amarraram o jogo quando precisaram e levaram perigo nos contra-ataques. O Dortmund, por sua vez, tentou reagir com bolas longas e presença forte na área, principalmente quando conseguiu acelerar a transição. Faltava, porém, capricho no último passe.
Quando a vitória parecia administrada, veio a faísca que reacendeu o duelo. Já nos acréscimos, Maxi Beier aproveitou uma rara brecha da defesa madridista e marcou, recolocando o time alemão no jogo. A partida, que caminhava para um final tranquilo, ganhou um novo enredo em questão de segundos.
A resposta do Real foi imediata — e com assinatura de craque. Kylian Mbappé recebeu em velocidade e concluiu com frieza, devolvendo a vantagem de dois gols. O 3 a 1 parecia encerrar a disputa, mas o Dortmund recusou-se a aceitar o roteiro.
No apagar das luzes, Guirassy foi derrubado na área. Pênalti marcado e cartão vermelho para Huijsen, que deixou o Real com um a menos nos instantes finais. Guirassy converteu com categoria e transformou os últimos minutos em um exercício de sobrevivência para os espanhóis. A equipe alemã tentou um último abafa, mas esbarrou na reorganização defensiva do Real e no cronômetro.
O placar de 3 a 2 reflete bem o que foi o jogo: controle espanhol, resposta alemã e decisão na qualidade individual. Mbappé foi decisivo quando o Dortmund mais ameaçava, enquanto Fran García deu profundidade e surpresa pelo lado. Do outro lado, Beier e Guirassy mostraram oportunismo e mantiveram o Dortmund vivo até o fim. A expulsão de Huijsen, além de pesar no final da partida, pode virar dor de cabeça para a semifinal, já que o defensor deve cumprir suspensão.
Em termos táticos, o Real explorou bem as costas dos laterais adversários, abrindo o campo para infiltrações de segunda linha e diagonais rápidas. Quando acelerou, a equipe criou. Quando precisou desacelerar, teve calma para respirar com a bola. O Dortmund foi perigoso quando conseguiu empurrar o Real para trás e atacar o espaço entre zagueiros e laterais, principalmente nos cruzamentos e segundas bolas. Faltou transformar pressão contínua em chances claras antes dos acréscimos.

Semifinal contra o PSG, prêmios em alta e a corrida pelo título
Com a vitória, o Real Madrid avança para encarar o Paris Saint-Germain na semifinal, no mesmo MetLife Stadium. O duelo promete tensão extra. Além da rivalidade recente em mata-matas europeus, haverá o reencontro de Mbappé com o ex-clube em um palco que favorece a velocidade e o talento individual. A tendência é de um jogo mais aberto do que o de quartas, com duas equipes acostumadas a decidir no terço final do campo.
O formato expandido do Mundial de Clubes, com 32 participantes, mudou a escala do torneio e também os números fora de campo. A FIFA colocou em jogo um bolo de prêmios de US$ 1 bilhão, e o campeão poderá somar até US$ 125 milhões — valores inéditos no futebol de clubes. Por ter avançado nas quartas, o Real adiciona US$ 13,125 milhões à conta, impulso financeiro que se soma ao ganho esportivo de brigar por um troféu global.
Para o Borussia Dortmund, fica a frustração do “quase”, mas também a sensação de que a equipe competiu em alto nível contra um dos elencos mais fortes do planeta. A classificação às quartas, depois da vitória sobre o Monterrey na fase anterior, mostrou um time resiliente e perigoso quando encontra brechas. A queda, da forma como aconteceu, reforça que o Dortmund pode encarar adversários de elite sem se encolher.
O Real, por sua vez, sai testado. A equipe mostrou repertório para abrir vantagem cedo e nervos para suportar a pressão nos minutos finais. Em torneios curtos, isso conta. Em jogos de mata-mata, ainda mais. A comissão técnica terá pouco tempo para ajustar a defesa após a expulsão de Huijsen e calibrar a gestão de energia para a sequência, mas a confiança de quem sobreviveu a um jogo que ficou mais difícil do que parecia pode pesar a favor.
Fora do campo, o Mundial nos Estados Unidos segue chamando atenção pelo público, pela atmosfera e pela vitrine global. Reunir gigantes europeus em estádios icônicos cria cenários que parecem finais antes da final. Para o torcedor, o pacote é completo: estrelas em ação, partidas imprevisíveis e decisões dramáticas como a de Nova Jersey.
Agora, o foco se volta para a semifinal contra o PSG. Expectativa de duelo de estilos, individualidades que decidem e detalhes que pesam: uma bola parada bem batida, um contra-ataque preciso, um erro que não pode acontecer. Se a quartas já entregou tanto, dá para esperar outra noite grande no MetLife Stadium.
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