Quando Dana White, presidente da UFC declarou que não há “nenhum jeito” de colocar Jon Jones contra Alex Pereira, o mundo dos esportes de combate já sentiu o impacto da decisão. A frase, proferida ainda no salão de imprensa de UFC 309Madison Square Garden, veio após Jones nocautear Stipe Miocic no terceiro round, confirmando seu domínio no peso‑pesado.
Contexto: o que motivou a especulação?
Nos últimos meses, a ideia de um duelo entre o veterano Jon Jones, campeão peso‑pesado da UFC, e o meteoro brasileiro Alex Pereira, campeão peso meio‑pesado da UFC ganhou força nas redes sociais. White, que sempre se mostrou aberto a "lutas super" que geram picos de audiência, chegou a dizer que consideraria o encontro se as partes negociassem "condições certas". O que mudou? A resposta ficou clara quando Jones, medindo 1,93 m e pesando aproximadamente 115 kg, desmantelou Miocic, que tem 1,88 m e 115 kg, usando golpes de pé e quedas que deixaram o americano no chão antes mesmo do final do primeiro round.
Detalhes da vitória de Jones sobre Miocic
A noite de sábado foi um espetáculo de estratégia. No primeiro round, Jones conseguiu um takedown com facilidade, demonstrando sua evolução no wrestling – algo que White destacou na coletiva. Ao longo dos dois rounds seguintes, o americano tentou finalizar, mas foi a chute giratório no terceiro round que selou o nocaute. "Ele viu o tamanho da diferença, viu a capacidade de levar o Stipe ao chão e depois finalizar com um golpe devastador", comentou o analista de MMA John Morgan, que acompanha a UFC há duas décadas.
Estatísticas do combate reforçam a superioridade: 62% de golpes acertados por Jones, 3 takedowns bem‑sucedidos vs. nenhum de Miocic, e 92% de controle de tempo no chão. Esses números não apenas garantiram a defesa do título, mas também mostraram que a diferença física entre Jones e um adversário de peso‑pesado pode ser ainda maior contra um lutador que ainda está no peso meio‑pesado.
Posição de Dana White sobre a luta Jones × Pereira
“Sabe o que esta noite me disse? Que eu não faço a luta do Jon Jones com o Pereira de jeito nenhum”, disse White, alternando entre português e inglês durante a coletiva. “Jon é muito grande, ótimo wrestler. Viu como ele derrubou o Stipe no primeiro round? Eu gosto do Alex, mas realmente não faz sentido”. A mensagem foi direta: a disparidade de classes de peso – 110 kg de Jones contra cerca de 105 kg de Pereira – ainda é muito grande para um confronto justo.
Entretanto, White deixou uma porta aberta: caso os dois lutadores peçam insistentemente, ele pode reconsiderar. "Se os dois quiserem muito e estiverem me perturbando, talvez eu faça", acrescentou, reconhecendo a pressão dos fãs e patrocinadores. Mas enfatizou que a prioridade é manter a integridade das categorias.
Próximos passos para o peso‑pesado e o meio‑pesado
No peso‑pesado, o próximo desafio de Jones será contra o interino Tom Aspinall, que ganhou o cinturão interino ao derrotar Sergei Pavlovich. White descreveu o duelo como "o maior da história da divisão", sugerindo que a unificação pode ser ainda mais lucrativa que uma luta cruzada de categorias.
No meio‑pesado, Pereira tem negócios pendentes contra Jared Cannonier e Israel Adesanya. O brasileiro, aos 33 anos, continua em alta, mas White acredita que" Alex tem mais coisas a fazer no meio‑pesado antes de pensar em pular de categoria".
Análise de especialistas: o que perderemos e o que ganhamos?
Segundo o historiador esportivo Dr. Carlos Alberto Ribeiro, lutas interdivisionais têm um histórico de "espetáculo mas pouco de técnica". "Quando o peso é tão discrepante, o risco de lesões e de resultados anticlimáticos aumenta", alerta. Por outro lado, o analista de marketing digital Paula Fernandes vê um "potencial de audiência de mais de 10 milhões de visualizações ao vivo", algo que a UFC sempre busca.
Assim, a decisão de White reflete um equilíbrio delicado entre a rentabilidade imediata e a sustentabilidade da competição. Manter as divisões claras preserva a credibilidade da promoção e protege os atletas de confrontos desequilibrados.
O que isso significa para os fãs?
Para quem acompanha a UFC desde 2010, a notícia traz alívio e frustração ao mesmo tempo. Alívio porque a hierarquia das categorias será respeitada; frustração porque a luta dos sonhos – um confronto entre dois campeões em atividade – pode nunca acontecer. No fim, a promessa é que o próximo grande evento será a unificação entre Jones e Aspinall, algo que promete ser tão épico quanto o embate hipotético com Pereira.
Perguntas Frequentes
Por que Dana White descartou a luta entre Jones e Pereira?
White apontou a diferença de peso e a estrutura das categorias como razões principais. Jones, ainda que dominante, tem cerca de 110 kg, enquanto Pereira luta em torno de 105 kg, o que poderia criar um desequilíbrio técnico e de segurança.
Qual é o próximo adversário de Jon Jones?
O próximo desafio está marcado contra o campeão interino Tom Aspinall, que venceu Sergei Pavlovich para garantir a vaga na luta de unificação de peso‑pesado.
Alex Pereira tem planos imediatos no meio‑pesado?
Sim. Pereira deve enfrentar Jared Cannonier ou Israel Adesanya nas próximas semanas, consolidando sua posição antes de considerar uma mudança de categoria.
A decisão de White pode impactar os lucros da UFC?
Embora uma luta entre Jones e Pereira prometesse alta audiência, a UFC preserva a integridade das divisões para manter o valor a longo prazo. A unificação de peso‑pesado pode gerar receita semelhante ou superior.
Os fãs ainda podem esperar uma luta interdivisionais no futuro?
É possível, mas apenas se ambos os lutadores insistirem e se a diferença de peso for mínima. Por enquanto, White deixa claro que só ocorrerá sob forte demanda de ambas as partes.
1 Comentários
Anne Princess
outubro 5, 2025 At 23:59Essa decisão da White foi um golpe na cara dos fãs!!! Não tem n1c jeito de negar a luta dos sonhos, é puro lucro!
Eles tão jogando a história da UFC pra tráfego de vista, enquanto a gente paga pra ver fanfarronice.
Chega de desculpas de peso, vamos cobrar a luta já!
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