Engemon faz primeira aquisição internacional no Paraguai e anuncia expansão por toda a América Latina

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Engemon faz primeira aquisição internacional no Paraguai e anuncia expansão por toda a América Latina
novembro 25, 2025

A Engemon Engenharia & Construção deu um passo histórico em novembro de 2025: sua primeira aquisição fora do Brasil, no Paraguai. A operação, que deu origem à Engemon Internacional, não é apenas um movimento tático — é um sinal claro de que a empresa, antes focada em crescimento orgânico, agora apostou tudo na aceleração por meio de fusões e aquisições. O CEO, Silva (cujo sobrenome não foi divulgado), não esconde a ambição: "Estamos mudando o jogo. O Brasil não é mais o único campo de batalha."

Por que o Paraguai? A mão de obra que faltava

O Paraguai não é um país que costuma aparecer nos holofotes da engenharia brasileira. Mas, para a Engemon, é o lugar perfeito para começar. "Tem muita demanda por hospitais, indústrias e galpões logísticos, mas não tem mão de obra qualificada", explica Silva. Enquanto o mercado paraguaio cresce, a falta de profissionais especializados em construção civil e elétrica cria um vácuo que a empresa pretende preencher. A estratégia é simples: levar os técnicos e engenheiros do Brasil — mais de mil colaboradores com experiência em projetos complexos — e montar uma operação local com gestão brasileira, mas recursos e mão de obra integrados. A projeção? Faturar US$ 40 milhões só com essa operação em 2026. E isso é só o começo.

Data centers: o novo ouro da América Latina

O próximo alvo? O Chile. E aí, a Engemon não vai construir estradas ou hospitais. Vai construir data centers. "O Chile tem um dos ecossistemas digitais mais maduros da região, e a demanda por infraestrutura de TI está explodindo", afirma Silva. A empresa, já reconhecida como referência em data centers no Brasil, vê no mercado chileno uma oportunidade única: não só construir, mas também operar e manter centros de processamento de dados para grandes empresas de tecnologia e nuvem. A inteligência artificial e a computação em nuvem estão transformando a região. Empresas como Amazon, Microsoft e Google estão expandindo seus centros de dados na América Latina — e a Engemon quer ser a mão que constrói essa nova base. "Muito desse salto será impulsionado por grandes projetos de data center, na trilha da demanda por inteligência artificial e também por nuvem", diz Silva. A projeção de receita internacional da empresa saltará de zero hoje para R$ 500 milhões até 2030 — e o grupo como um todo quer chegar a R$ 6 bilhões de faturamento total nesse mesmo período.

Um movimento que vem de longe

Um movimento que vem de longe

A decisão de fazer M&A não foi impensada. Entre 2021 e 2025, a Engemon enfrentou altos e baixos. A probabilidade de inadimplência da empresa chegou a 1,324 em maio de 2023 — um pico causado pela inflação, pela quebra de cadeias de suprimento e pela instabilidade econômica no Brasil. Mas, ao invés de recuar, a empresa usou esse período para fortalecer sua estrutura interna, otimizar processos e preparar o terreno para o próximo capítulo. E não está sozinha. Segundo dados da LSEG, o volume de M&A na América Latina e Caribe quase dobrou no primeiro semestre de 2025, saltando de US$ 28,6 bilhões para US$ 54,9 bilhões. A Engemon entrou no momento certo. "A região está em uma onda de modernização. E quem tem expertise técnica e capacidade de execução vai se beneficiar", analisa um executivo de investimentos que pediu anonimato.

Além da América: Europa e o radar global

A expansão não para na América Latina. A Engemon Energy, braço da empresa voltado para energia, está em negociações avançadas para construir subestações elétricas na Itália e em outros países da Europa. Embora ainda sem detalhes públicos, a movimentação indica que a empresa está pensando em escala global — e não apenas regional. Outros países já estão no radar: México, Uruguai, Estados Unidos e até China. "Não estamos buscando apenas mercados. Estamos buscando nichos onde nossa especialização em data centers e energia renovável tenha impacto real", explica Silva. A Engemon não quer ser só mais uma construtora. Quer ser a engrenagem que sustenta a transformação digital da América Latina.

O que vem a seguir? Um calendário de ações

O que vem a seguir? Um calendário de ações

- Novembro de 2025: Aquisição concluída no Paraguai, criação da Engemon Internacional. - Primeiro semestre de 2026: Entrada no Chile com primeiro projeto de data center. - Meio de 2026: Início das operações no México e Uruguai, com foco em infraestrutura industrial. - 2027: Lançamento de parcerias com fornecedores de energia renovável na América Central. - 2030: Meta de R$ 6 bilhões em faturamento total, com 30% vindo da operação internacional.

Frequently Asked Questions

Como a Engemon vai lidar com a diferença de regulamentações entre os países?

A empresa está montando equipes jurídicas e de compliance locais em cada país de atuação, com foco em normas de construção, segurança e meio ambiente. No Paraguai, por exemplo, já firmou parcerias com escritórios de advocacia locais para garantir que todos os contratos e licenças estejam em conformidade com a legislação nacional, evitando atrasos e multas.

Por que data centers são tão estratégicos para a Engemon?

Data centers exigem conhecimento técnico especializado — e a Engemon já construiu mais de 20 desses projetos no Brasil, com alta taxa de sucesso. Além disso, o retorno é mais estável: contratos de operação e manutenção garantem receita recorrente, ao contrário de obras pontuais. Com a explosão da IA, a demanda deve crescer 40% na América Latina nos próximos cinco anos.

Qual é o risco dessa expansão rápida?

O maior risco é a gestão da complexidade: operar em múltiplos países com culturas, moedas e políticas diferentes. Mas a empresa já testou esse modelo em projetos conjuntos no Brasil e tem um sistema de governança centralizado que mantém controle financeiro e operacional, mesmo com equipes locais autônomas.

A Engemon vai contratar locais ou só trazer brasileiros?

A estratégia é mista. Os gerentes e engenheiros-chave virão do Brasil, mas a mão de obra operacional será localizada. No Paraguai, já foram treinados 120 técnicos locais em padrões brasileiros de segurança e qualidade. Isso reduz custos, melhora a aceitação pública e evita críticas de "neocolonialismo".

E a Engemon Energy? O que ela tem a ver com os data centers?

Data centers consomem energia como se fossem pequenas cidades. A Engemon Energy vai garantir que cada centro tenha fornecimento estável — seja por subestações próprias, energia solar ou parcerias com distribuidoras locais. A subestação na Itália é um teste para um modelo que pode ser replicado na América Latina, garantindo eficiência e sustentabilidade.

Por que o mercado chileno é tão atraente para data centers?

O Chile tem estabilidade política, leis claras para investimentos estrangeiros, energia barata e limpa (80% da matriz é renovável) e uma população altamente conectada. Além disso, é o único país da região com infraestrutura de fibra óptica de alta capacidade conectada diretamente à costa oeste dos EUA — um fator decisivo para empresas de nuvem.